Avanços nas negociações com a CPFL
Escrito por: Sinergia CUT
Fonte: CUT
Empresa recua e apresenta nova proposta. A decisão é dos trabalhadores!
Depois de sofrer grande pressão por parte dos trabalhadores, que permaneciam em estado de greve desde o último dia 16, e de ser pressionada também pelas convincentes argumentações feitas pelos dirigentes do Sinergia CUT na mesa de negociação, a direção da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), enfim, avançou na proposta. A sétima rodada aconteceu na última segunda-feira (22).
Não há dúvida de que essa mudança de posicionamento foi devido à demonstração de luta da categoria. Na terça-feira da semana passada (16), a companheirada iniciou o dia em greve e, provando sua confiança na direção do Sindicato, atendeu ao encaminhamento, de rejeitar a proposta anterior da empresa e transformar a greve por tempo indeterminado em estado de greve até esta segunda-feira (22), data da sétima rodada de negociação.
Percebendo a força e a disposição de luta dos trabalhadores, a empresa baixou a guarda e resolveu negociar para valer e encaminhar uma proposta mais condizente com os anseios dos trabalhadores.
No entanto, é sempre bom recordar que a luta foi intensa para viabilizar as propostas. Basta dizer que a CPFL iniciou o processo de negociação com a disposição de retirar benefícios dos trabalhadores, assim como Elektro e CTEEP, que fecharam em 6,5% nos salários e benefícios, o que ficou aquém da inflação. A força de mobilizações dos trabalhadores da CPFL fez com que essa história não fosse repetida (confira abaixo a íntegra da proposta).
Mas que ninguém pense que foi fácil. Na rodada do dia quatro de julho, a empresa disse que agendaria uma nova rodada no dia 15 de julho para melhorar a proposta de PLR já que não poderia melhorar o índice de reajuste. Posteriormente, os trabalhadores arrancaram uma nova reunião, onde negociamos uma proposta de acordo com avanços; o índice de reajuste do Dieese mais Aumento Real de 7%, um reajuste nos benefícios de alimentação de 10% no VR e 11,5% no VA e a garantia de pagamento referente aos R$ 300 milhões da PLR 2012.
“Além disso, conseguimos, de forma negocial, reverter a decisão da empresa e garantir o pagamento de 100% a hora extra realizada aos sábados e o retorno do parcelamento das férias”, afirma a direção do Sindicato.
Diante desta conjuntura, o Sinergia CUT encaminhará a proposta para deliberação dos trabalhadores nas assembleias. Trabalho decente é com a gente!
Leia a proposta:
ITENS ECONÔMICOS
· Reajuste de salários e benefícios: 7% (ICV Dieese + 0.12 de Aumento real)
· Reajuste do Vale alimentação: 11,5 %
· Reajuste do Vale refeição: 10%
· Auxilio Creche: 7%
· Gratificação de Férias: 5,67% passando para R$ 2.000,00
· Linha de Corte no VA: Corrige a atual faixa limite para participação em 7,8% referente a 2011/2012, pois no ano anterior não houve reajuste e 7% (2012 / 2013), perfazendo um total de 15,34%. Dessa forma a faixa limite passará para R$ 6.697,48 o que beneficiará aproximadamente 50 trabalhadores da nossa base que não recebiam o vale alimentação.
PLR
· PLR: 1,11% do resultado de serviço de serviço; manutenção do modelo aplicado no atual acordo Coletivo de trabalho (distribuição de 1 a 4 salários). Para as metas adicionais ficou definido um aporte de até 0,04% do resultado de serviço, variando de 80% a 120%. Isto significa que os atuais R$ 300,00 para o cumprimento das metas passara para R$ 427,00, consequentemente, se houver o cumprimento de 120% das metas, o atual valor de R$ 360,00, passara para R$ 512,98.
· A empresa também aceitou a proposta do Sinergia CUT em garantir para 2013 os 300 milhões que foram impactados a menor no balanço de 2012, em virtude do repasse do custo da energia paga às termelétricas. Esse valor será creditado em setembro (rubrica a parte) por ocasião da antecipação da PLR.
· Indicadores:
– Paulista/Piratininga – DEC, FEC e Compensações. Essas metas serão regionalizadas para os trabalhadores operacionais e por CNPJ para os trabalhadores corporativos;
– Brasil – Clientes finais e volume de vendas
– Geração – Disponibilidade CPFL Geração e erro operativo.
· PLR 2014- Rediscussão do modelo de PLR para 2014: até novembro de 2013, as empresas e os sindicatos discutirão sobre um novo modelo de PLR para 2014, com acordo apartado da data-base.
DEMAIS ITENS
· Organização Sindical: Será concedido uma liberação sem prejuízo da remuneração e benefícios na proporção de 1 dirigente para cada 500 trabalhadores filiados na base territorial desde que representados pelo mesmo em sua carta sindical.
· Ainda terá uma liberação para as entidades sindicais que tiverem em seu quadro de associados, de 100 a 499 trabalhadores.
· CNH: A empresa se compromete em criar uma política que terá em seu conteúdo o pagamento integral para alteração de categorias na CNHs desde que essa condição seja de interesse e necessidade da CPFL (Ex.: alteração de B p/ C, aplicada a condutores de veículos de ate 3.500 kg – caminhão com cesta.
· Política de emprego: Mantém o texto do acordo Vigente.
· Menor Aprendiz (SENAI): Incluir no Acordo Coletivo a possibilidade de alternância entre VA / VR de R$ 250,00 por mês.
· Férias: Permite o parcelamento das férias
Horas Extras: Retorna o pagamento de horas extras a 100% aos sábados e passa a integrar o Acordo Coletivo.
· Organização dos Pisos salariais: conversar especificamente com cada sindicato.
· Jornada de trabalho: No prazo de 30 dias de assinatura de ACT, as partes iniciarão as negociações que serão concluídas em ate 120 dias. Ressalta que este texto não fará parte da minuta do Acordo Coletivo.
· PCS: A empresa se compromete a avaliar e revisar todas as nomenclaturas e descrições de cargos definidas na nova estrutura que possam trazer duvidas e comprovado prejuízo na identificação e obtenção de tempo se serviço para aposentadoria. O prazo para esta identificação e correção é de 60 dias após a assinatura do Acordo Coletivo. A empresa também se compromete neste período a mostrar, individualmente para cada trabalhador, o seu posicionamento salarial em relação à tabela proposta.
· Escritório de Atendimento/ Auxiliar de Recuperação de Receita: A empresa novamente se comprometeu a implementar a clausula do Acordo Coletivo durante a vigência deste ACT. O mesmo ocorrera com trabalhadores da recuperação de receita.
· Horas paradas (mobilização): Não desconta / não utiliza-se de HE já realizadas, no entanto será compensada.