Udo, o melhor prefeito do Brasil

Por Tarcísio Tomazoni Junior, Diretor do Sinsej

Inegável esse reconhecimento. Estamos diante de um dos maiores gestores da nação. Acha que é ironia? Não é não. E vamos aos fatos.

Estamos diante de um dos maiores realizadores de Joinville. Desde que assumiu a Prefeitura, Udo já realizou duas reformas administrativas. Objetivo delas? Diminuir a burocracia para criação de empresas e emissão de alvarás para construções. Renegociou todas as dívidas da Prefeitura com empresas e boa parte já está paga. Já foi pelo menos duas vezes para Alemanha com a intenção de “atrair” novos empreendimentos para a cidade. Foi a Brasília e a Florianópolis diversas vezes tratar da ampliação do aeroporto de Joinville e da duplicação da Santos Dumont e da Dona Francisca. Até pela Arena Joinville o prefeito já viajou. Alterou a lei de feiras e eventos atendendo pedido de empresários. Sancionou a lei que autoriza o rebaixamento do meio-fio atendendo o lobby dos empresários. Está privatizando as cozinhas das escolas e já entregou milhares de vagas do ensino infantil para a “eficiente” iniciativa privada. Anunciou que é chance zero de reajuste para os servidores municipais este ano. E por último, anunciou a intenção de criar a nova Secretaria de Educação, Turismo, Cultura, Esportes e Trabalho sob a batuta do gestor Roque Mattei. É difícil lembrar tudo, mas estas são as principais ações.

Então, se você é sócio da ACIJ, CDL ou AJORPEME, Udo te representa.

A promessa do novo nas eleições I Foto: Leo Munhoz

Agora, se você é trabalhador, ou mesmo pequeno comerciante, morador dos bairros, que convive com o pó e a lama; se pra você falta consulta no posto de saúde, ou a cirurgia no hospital; se falta para o seu filho vaga no CEI público, ou até mesmo no privado conveniado ao município – diga-se de passagem a qualidade do CEI público é muito superior; se a ponte do Adhemar Garcia com o Boa Vista ainda é seu sonho; se os 300 quilômetros de asfalto ainda não passaram na sua porta; se falta iluminação na praça do seu bairro; se você é servidor e sente seu salário ameaçado para que o prefeito faça economia para continuar pagando os empresários em dia; se você paga R$ 3,40 para tentar se transportar do trabalho, da escola para casa; se você se vê em alguma ou todas as situações acima: provavelmente não viu o mesmo esforço do prefeito para resolver estas questões. Não viu notícias de idas a Brasília, ou à capital catarinense que fosse para garantir recursos. Para resolver nossos problemas o empenho não é o mesmo. E a nós, o Udo não representa.

É nítida a polaridade da Prefeitura. Quando se trata dos interesses empresariais, mercantis, o prefeito se mobiliza. Viaja, corre atrás, negocia. Presta contas na ACIJ, atende lideranças desse setor. A Prefeitura é o balcão de negócios dos ricos e poderosos desta cidade.

Três anos depois das eleições o loteamento Juquiá continua intacto I Foto: Diorgenes Pandini/Agência RBS

Agora, quando se trata dos serviços públicos como saúde, educação, transporte, asfalto o que vemos é um imenso vazio. Ações pontuais para “inglês ver”. Fingir que se está fazendo alguma coisa (para o povo) é a especialidade desta gestão. Governa pela imprensa com ações de marketing. Reorganiza a Prefeitura para aplicar o chamado Estado mínimo. Aglomerando e extinguindo secretarias que prestam importantes serviços para a população. E transforma a prefeitura em uma homologadora de alvarás, onde o que prevalece é o bom funcionamento da máquina burocrática. Enquanto os empresários diziam que era um absurdo esperar meses para abrir uma empresa, não vejo os mesmos patrões reclamando dos anos de demora da cirurgia da Dona Maria, da consulta do Seu João, ou da falta de Omeprazol na unidade de saúde da Ana.

Entender que o mundo é dividido em duas classes é primordial. O que existe são exploradores e explorados, empresários e trabalhadores. Eles, os patrões, controlam tudo. O sistema financeiro, a imprensa e claro os políticos. E no caso de Joinville, o prefeito é político e empresário. E não podemos esperar imparcialidade do prefeito. O que acontece em Joinville não é falta de competência do Udo. Pelo contrário, competência sobra. Ele é sim o que chamam por aí de gestor. Mas ele vai dar o melhor de si para resolver os problemas da classe dele.  E como não controlamos os políticos, a imprensa e o mercado financeiro, o que nos resta é a nossa força de trabalho. Entender a importância dessa ferramenta como instrumento de luta, ou seja, parar de fornecer nossa força de trabalho até garantirmos nossas reivindicações é essencial. Companheiros trabalhadores vamos às ruas, vamos à luta.

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