Greve da saúde estadual SC suspensa por 15 dias

Foi suspensa por 15 dias a greve dos servidores da saúde do Estado de Santa Catarina. A decisão foi tomada na assembleia estadual de terça-feira (9), em Florianópolis. Grevistas de todas as regiões decidiram aceitar a proposta do governador Raimundo Colombo (PSD), que pediu o fim do movimento para apresentar uma proposta sobre as cobranças do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (SindSaúde SC).

O movimento em Joinville começou animado com cerca de 150 trabalhadores que aderiram à paralisação no Hospital Regional e na Maternidade Darci Vargas. Era nítido o espírito de combate nas falas dos servidores. Foi com essa vontade de conquistar as reivindicações do movimento que metade dos grevistas foram de ônibus até Florianópolis.

Os trabalhadores dos dois hospitais de Joinville se frustraram com a decisão da categoria. Apesar disso, respeitaram o princípio democrático da assembleia.  “A posição de Joinville era continuar a greve. Mas como o movimento lá foi maior, acatamos a decisão”, explica a diretora do SindSaúde Enilda Stolf.

Motivação da greve

A decisão de iniciar a greve foi alimentada pelo anúncio do governo de Santa Catarina sobre o fim do pagamento da hora plantão. Os trabalhadores da saúde estadual há 20 anos utilizam essas horas para complementar seus salários. Esse fenômeno aconteceu devido à política de governo após governo em sucatear a saúde. O resultado é que hoje a maioria desses servidores tem o dinheiro associado ao salário normal.

O fim da concessão das horas plantão, sem uma compensação equivalente, seria um ataque direto ao nível de vida desses trabalhadores na opinião do sindicato. A diretora Mari Eger afirma que isso é forte na categoria. “Fazemos no papel 30 horas semanais. Mas com essa sobrecarga da hora plantão, todo mundo faz 45 horas por semana. É difícil quem consegue cumprir somente a carga fixa”, diz.

O SindSaúde SC mobilizou toda a categoria para discutir a questão e chegaram à conclusão de que o governo deveria criar uma gratificação por atendimento em saúde. Esse benefício substituiria o valor recebido pelas horas extras e não exigiria a realização do período pós-carga horária.

Greve pode voltar

Com a decisão de suspender a greve por 15 dias, a categoria está em estado de greve. Os servidores esperaram que até o fim do prazo o governo cumpra o acordo. Até lá estão agendadas atividades para sensibilizar a opinião pública. “Estamos trabalhando para fazer acontecer com reunião de setores, nos hospitais pra continuar com a mobilização”, afirma Enilda Stolf. O sindicato promete voltar para a greve caso o governador recuse-se a atender a categoria.

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