Um ano para lutar

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Se o ano passado foi turbulento, 2017 nos reserva novas doses de surpresas e mudanças. Abrimos o ano com a velha e repetida ameaça de falta de reajuste e falta de dinheiro para pagar nossos salários. Em nossa volta, uma série de ataques ao serviço e ao servidor público. Em nível federal, uma ofensiva sem tamanho contra os direitos trabalhistas, em meio a um número recorde de desemprego. As contradições, porém, não deixam de ser evidentes.

Em Joinville, o Prefeito Udo Döhler repete seu conhecido discurso. Mal iniciou o ano e seu novo mandato, e enviou à Câmara um projeto com uma grande reforma administrativa que não economiza um centavo para os cofres públicos. Apesar do discurso de crise, transforma fundações em secretarias mantendo e até ampliando o número de cargos comissionados – como é o caso da Secretaria de Educação, que passa a contar com três diretorias executivas (antes só havia uma).

No Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e em Florianópolis os ataques aos servidores e ao serviço público atingem proporções históricas. Governos lançam uma série de medidas que retiram direitos e reduzem salário direto de servidores, enquanto aumentam a privatização e transferência de dinheiro público aos grandes empresários financiadores de suas campanhas.

O governo de Temer, citado 43 vezes numa única delação da Lava-jato, enviou ao Congresso Nacional a Reforma da Previdência, que praticamente condena os trabalhadores a ficarem sem aposentadoria – atacando prioritariamente as mulheres trabalhadoras. Além disso, acelera o trâmite da Reforma Trabalhista, que acaba com a CLT e várias garantias dos trabalhadores. Tudo isso depois de aprovar a PEC que congela os gastos públicos pelos próximos 20 anos. Nesse ínterim, amplia a entrega de riquezas nacionais (como o Pré-sal) para as corporações multinacionais e transfere mais dinheiro do orçamento para pagamento de juros da dívida pública. Foram R$ 250 bi em 2014 e somam mais de R$ 500 bi em 2015 – valor que se repete e deve se ampliar em 2016.

O plano dos capitalistas é simples: querem ampliar ainda mais suas riquezas, subtraindo diretamente do salário, dos direitos e da qualidade de vida dos trabalhadores. Não dá mais para ignorar a situação. Ou resistimos e lutamos, ou pagamos o pato.

Participe da Campanha Salarial deste ano em sua cidade. Fique atento ao calendário de atividades do sindicato. Eleja o representante em seu local de trabalho. A Unidade, Organização e Luta da categoria é nossa única arma para preservar nossos direitos, nossa dignidade, nossa vida.

Editorial publicado no Jornal do Sinsej de fevereiro de 2017

* Ulrich é presidente do Sinsej 

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