Realizada primeira audiência de negociação em Joinville

Paralisações de 15 e 31 de março serão abonadas l Foto: Kályta Morgana de Lima
Paralisações de 15 e 31 de março serão abonadas l Foto: Kályta Morgana de Lima

Aconteceu na manhã desta terça-feira (18/4) a primeira audiência de negociação da Campanha Salarial 2017 entre Sinsej e Prefeitura. O tom que prevaleceu, por parte do prefeito Udo Döhler, foi o repetido discurso da incapacidade financeira da maior cidade do estado de Santa Catarina. A sugestão de que a categoria deveria se conformar com não perder direitos foi constante.

A direção do sindicato cobrou acordos anteriores não cumpridos pela Administração. O governo comprometeu-se em enviar imediatamente à Câmara a ampliação da licença-paternidade para 20 dias e a suspensão das penalidades na carreira para os servidores do Hospital São José, devidas à paralisação de dezembro de 2015.

Também foi cobrado o fim das horas-termo no magistério – forma de contratação completamente ilegal e prejudicial aos trabalhadores. Para o sindicato, a Prefeitura precisa modificar a chamada do concurso, de forma a proporcionar o ingresso na carreira com o módulo máximo de 40 horas, o que reduziria os incômodos vividos pelos professores até estarem aptos a participar do processo de aumento de carga horária.

A direção do Sinsej cobrou mais uma vez a regulamentação da lotação e da transferência dos servidores. Para isso, os diretores apresentaram proposta completa que moderniza a relação de trabalho, criando critérios tanto para os pedidos quanto para as transferências “de ofício” – de forma a deixar transparente e objetiva essa relação. É nítido o desconforto de alguns secretários que insistem em manter a completa desregulamentação, num processo arcaico e precário, em que não há garantia nenhuma quanto a se coibir retaliações políticas e pessoais.

A discussão acerca da conjuntura política e econômica tomou a maior parte do encontro, sem que fosse possível avançar no conjunto dos itens da pauta. Foram abonados os dias de paralisação de 15 e 31 de março, datas em que os servidores aderiram à luta nacional contra as Reformas Trabalhista e Previdenciária. Nova audiência ocorre na próxima semana, em que as demais reivindicações devem ser abordadas.

Para o presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter, o momento é delicado e exige a atenção e participação massiva dos servidores. “Nenhum argumento da Prefeitura nos convence de que não é possível atender às principais reivindicações da categoria. A queda do comprometimento da folha e o superávit apresentado no final do ano mostram a capacidade de investimento do governo nos servidores e no serviço público. Mas, para que os servidores sejam de fato tratados com prioridade nesse governo, é preciso muita unidade, organização e disposição de luta.”

O Sinsej reforça a importância da participação de todos na assembleia do dia 28 de abril, às 9 horas, em frente à Prefeitura. Nesse mesmo dia, ocorre mais uma manifestação nacional contra a retirada de direitos proposta pelo governo Temer.

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