Sinsej em Brasília contra Temer, o Congresso e suas reformas

Sinsej esteve representado na manifestação I Francine Hellmann
Sinsej esteve representado na manifestação I Francine Hellmann

No último dia 24, o Sinsej esteve representado na manifestação Ocupa Brasília, compondo uma marcha ao lado de mais de 100 mil pessoas contra as reformas do governo federal, exigindo Fora Temer e o Congresso Nacional. Ao contrário do que foi largamente noticiado pelos grandes meios de comunicação que visam desmoralizar o movimento, a maior parte dos presentes, vindos de todas as regiões do país, manifestavam-se de forma pacífica. Eles foram, na realidade, vítimas de uma forte repressão, que se utilizou de forças policiais, balas de borracha, gás lacrimogêneo, cavalaria e helicópteros contra trabalhadores e jovens, armados apenas com suas faixas e palavras de ordem.

O envio de um ônibus do Sinsej, aberto à comunidade, foi aprovado pelo Conselho de Representantes, em 17 de maio. Por sugestão dos servidores presentes, o sindicato apoiou também os jovens que se inscreviam para compor a delegação.

Na manifestação, os participantes levantaram alto suas bandeiras de “Abaixo a Reforma da Previdência”, “Nenhum direito a menos”, “Fora Temer e o Congresso Nacional”, entre outras. Com muita organização, o bloco seguiu do Estádio Mané Garrincha até os gramados em frente ao Congresso Nacional.

Repressão inaceitável

Ao lado dos trabalhadores e da juventude contra Temer, o Congresso e suas reformas I Foto Stefany Peixer
Ao lado dos trabalhadores e da juventude contra Temer, o Congresso e suas reformas I Foto Stefany Peixer

À tarde, Temer decretou a ação da Garantia da Lei e da Ordem em Brasília, medida que permite o uso das tropas federais contra manifestantes. Esta lei foi vergonhosamente regulamentada pelo governo Dilma em 2013, assim como a Lei Antiterrorismo, que abre portas para o aprofundamento da criminalização de movimentos sociais.

A imprensa se utilizou das imagens de atitudes dos adeptos da tática Black Bloc, com seus ataques individuais a edifícios públicos, pontos de ônibus e estabelecimentos comerciais. O Sinsej se opõe à tática Black Bloc, pois considera que ela é prejudicial aos interesses coletivos da luta da classe trabalhadora e da juventude. No entanto, nenhuma dessas ações minoritárias justifica a repressão policial utilizada, os ferimentos causados, o pânico propagado entre os que querem se manifestar e lutar pelos seus direitos.

Por um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora

Para o Sinsej, esta grandiosa marcha do dia 24 em Brasília foi mais uma demonstração da disposição de luta da classe trabalhadora e da juventude. As paralisações de 15 e 31 de março, e a greve geral de um dia em 28 de abril, já haviam mostrado que os brasileiros não estão de acordo com este governo, seu Congresso e suas reformas. A indignação popular só não explodiu ainda porque as velhas direções do movimento recusam-se a realizar ações que coloquem em risco as instituições podres deste Estado. O próprio Ocupa Brasília poderia ter sido muito maior se houvesse convocação de greve nacional neste dia.

O Sinsej aponta os erros da direção da CUT neste sentido, sem, contudo, descartar a Central como um dos instrumentos mais poderosos de organização da classe trabalhadora brasileira. Os trabalhadores devem acreditar em sua própria força, em sua organização independente e passar por cima das direções que não as representam.

É neste sentido que o Sinsej defende a realização de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora, que dê voz e voto à base, para decidir as formas de luta que colocarão abaixo o governo, o Congresso e suas reformas, a começar por uma greve geral por tempo indeterminado.

 

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