Servidores de Joinville decidem encerrar greve
Os servidores municipais de Joinville em greve decidiram em assembleia esta manhã encerrar o movimento. Na tarde de ontem, a Prefeitura elevou a proposta existente antes da deflagração da paralisação – de 2% parcelados em duas vezes – para 4% parcelados em quatro vezes. Comprometeu-se ainda em efetivar a reposição inflacionária do vale-alimentação; estender a Gratificação de Alta Complexidade aos técnicos de radioterapia do Hospital Municipal São José; regulamentar a hora-termo do magistério; ampliar a licença paternidade de cinco para 20 dias; cancelar as penalidades na carreira impostas a servidores do hospital por ocasião de uma assembleia em dezembro de 2015; abonar o dia de paralisação de 28 de abril, bem como dos dias paralisados em 7, 12 e 13 de junho.
Os itens concedidos foram considerados insuficientes, mas coube aos trabalhadores realizarem uma análise concreta do volume de adesão ao movimento e da possibilidade de, neste momento, ampliar a greve. “Temos consciência de que esta proposta está muito longe de representar os nossos anseios”, disse o presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter. “O encerramento da greve hoje vai de encontro a uma necessidade tática de a gente preservar a nossa categoria, as nossas forças, o nosso exército e ampliar a discussão na nossa base para podermos retomar esta luta muito mais fortalecidos, afastando definitivamente das nossas discussões o medo de lutar”, explicou.
Para a direção do Sinsej, o fato de a decisão desta manhã ter sido tomada por maioria, com poucos votos contrários e abstenções, demonstra que a categoria encerra esta batalha pontual unificada.
Esta é uma grande vitória. O Brasil e o mundo atravessam uma grave crise financeira resultante de um sistema irracional baseado no lucro e na exploração. Esta situação gera ataques muito fortes aos direitos dos trabalhadores, como as reformas da Previdência, Trabalhista, do Ensino, o congelamento de investimentos públicos por 20 anos e a terceirização sem limites. Em muitos municípios, como Florianópolis, Jaraguá do Sul e Criciúma, os prefeitos já tentam jogar as contas nas costas dos servidores, com tentativas de cortes drásticos de direitos. No entanto, assim como estas categorias, os servidores de Joinville deram provas concretas de que estão dispostos a resistir. Assim foi nas massivas paralisações dos dias 15 e 31 de março, bem como de 28 de abril.
A capacidade de avaliar objetivamente a greve iniciada ontem e de tomar uma decisão coletiva, assim como a conquista de nenhuma represália pelos movimentos reivindicatórios já realizados são elementos extremamente positivos, que mantêm a organização da categoria intacta e aumentam nossa capacidade de resistência contra os ataques. A direção do Sinsej orgulha-se de lutar ao lado de cada servidor desta cidade.