Servidores se mobilizam contra criação de sindicato governista
Na tarde dessa quinta-feira (3/8) os servidores municipais de Itapoá paralisaram suas atividades para protestar contra a criação de um novo sindicato da categoria, hoje representada pelo Sinsej. Cerca de 40 trabalhadores participaram da assembleia que fundaria a nova entidade e votaram contra a proposta, que em nenhum momento foi discutida com a base.
Os servidores souberam da atividade por meio de um edital publicado no jornal “Em Foco”. Nela, deveria ser fundado o Sindicato dos Servidores Públicos de Itapoá (Sindserv), aprovado um novo Estatuto e uma nova diretoria. Essa notícia surpreendeu os trabalhadores. Além disso, o número do endereço do encontro que constava no edital era inexistente. Toda essa situação leva a crer que esta era uma manobra do governo para criar um sindicato sem representatividade e controlado pela Prefeitura, na tentativa de desmobilizar a categoria, que tem demonstrado uma disposição ímpar na luta pelos seus direitos. Diante disso, os servidores se organizaram contra a proposta.
Compreenda
A comissão pró-fundação do novo sindicato, como constava no edital, era composta por dois advogados não-servidores, Marcos Luiz Pereira de Souza e Ralph Custodio. Ontem, eles se encontraram com os servidores na Rua Leopoldo Sprenger, em frente ao número 58 (sendo que no edital o número do endereço divulgado era 71). Os advogados alegaram que representavam servidores do município. Porém, curiosamente nenhum trabalhador presente defendeu ou votou pela fundação do novo sindicato. Ou seja, tudo leva a crer que se tratava mesmo de algo encomendado pela administração pública e que, se não fosse pela mobilização da categoria, uma nova entidade seria fundada clandestinamente.
Novamente, os servidores de Itapoá demonstraram sua capacidade de unidade, organização e luta. Esta mobilização precisa continuar. Existe uma pressão muito grande do governo para desmobilizar a categoria e, assim, conseguir aplicar cortes de direitos, defendendo os interesses dos empresários da cidade. O serviço público precisa ser defendido e a luta dos trabalhadores é definitiva para isso.