Retorno do Transporte Coletivo: flexibilização do distanciamento social poderá implicar em graves riscos à população

Antes mesmo do governo do Estado emitir a Portaria que define as medidas de prevenção ao coronavírus para a retomada do transporte público, o prefeito patrão Udo Döhler autorizou desde o dia 8 o reinicio das atividades em Joinville. Apesar da direção do Sinsej defender e ter consciência da extrema necessidade do Transporte Público para as trabalhadoras e os trabalhadores, se manifesta contrária à medida, pois flexibilizará o distanciamento social, implicando em graves riscos à população.

A retomada do transporte coletivo na cidade é justificada na Portaria “considerando que, no Município de Joinville, as atuais taxas de mortalidade e incidência de Covid-19 são substancialmente inferiores à média nacional”, mas oculta o fato de Joinville ser a cidade com mais mortes pelo coronavírus em todo o Estado. Portanto, a flexibilização das medidas de restrição das atividades podem significar o agravamento da pandemia, podendo inclusive retroceder nos avanços alcançados até este momento para redução da contaminação e da mortalidade pela Covid-19. Além disso, a situação do Brasil em relação ao combate, testagem e tratamento está muito aquém do avanço do vírus.

A decisão em retomar o transporte coletivo desconsidera que, segundo estudos da Organização Mundial de Saúde, o Transporte Público é considerado ambiente de alto risco de contaminação. Além disso, não há clareza com relação à fiscalização dos parâmetros mínimos de segurança sanitária para a volta da circulação de ônibus, micro-ônibus, furgões e demais veículos destinados ao transporte coletivo de passageiros. A Portaria 113/2020 publicada pela Secretaria de Saúde deixa muitas dúvidas em relação à viabilidade de sua aplicabilidade no dia-a-dia dos milhares de joinvilenses que dependem do transporte público.

O que a população brasileira precisa neste momento é de governos que articulem ações que reforcem o isolamento, e não que promovam a flexibilização. A pauta do distanciamento social não é ideológica, mas sim de saúde pública e até o momento tem sido a única garantia de proteção efetiva contra a contaminação. O aumento sucessivo do número de casos de contaminação deixam claro que flexibilizar as ações de combate e prevenção neste momento é prematuro e nocivo a saúde de todas e todos.

 

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