Servidores decidem ampliar mobilização contra o retorno das aulas presenciais

Assembleia dia 19 vai deliberar sobre greve

Em assembleia geral realizada pelo Sinsej em nove de outubro, servidores públicos municipais aprovaram ampliar mobilização da categoria para uma possível greve com início em dia 20 de outubro, caso a Prefeitura insista no retorno às aulas presenciais a partir da data. A decisão sobre a greve será deliberada em assembleia virtual, no próximo dia 19, às 19 horas. Até lá, é preciso também debater com a população joinvilense o perigo que significa o retorno às aulas presenciais diante da pandemia da covid 19, que já ceifou 350 vidas na cidade, 2,8 mil no Estado e quase 150 mil no País.

Embora pareça que a pandemia tenha acabado, a partir do retorno de praticamente todas as atividades e afrouxamento das regras de enfrentamento permitido pelo poder público, o alto índice de transmissão em 2,75 indica que a doença segue em nível altíssimo na cidade.

De acordo com o infectologista Luiz Henrique Melo, pode-se considerar que o nível está baixando quando o índice de transmissão é menor que 1 (hum) e por, no mínimo, um mês.

Voltar às aulas sem que haja segurança, vacina e com um nível de transmissão como o atual é inaceitável e coloca em risco a vida dos profissionais, dos alunos e da população em geral. Dados apresentados na assembleia pela presidenta do Sindicato, Jane Becker, mostram que entre os mais de 21 mil casos contabilizados da doença em Joinville, dois mil foram de trabalhadores na saúde, 400 crianças entre 1 e 10 anos e 936 casos de jovens em idade de 10 a 20 anos. Mesmo a Fecam (Federação Catarinense dos Municípios) já se pronunciou contra o retorno das aulas presenciais neste ano.

Condições de trabalho mais precarizadas

Até o momento os professores não receberam sequer um treinamento ou apoio da Prefeitura para lecionar na modalidade virtual, que já sobrecarrega o trabalho e a jornada de todos esses profissionais desde abril. Agora, o governo quer implantar esse sistema híbrido (virtual e presencial) sem qualquer debate com a categoria.

Outra preocupação dos trabalhadores é acerca das condições sanitárias nas escolas, desde a ventilação, os materiais de higiene necessários, máscara, os cuidados do distanciamento entre os alunos, tanto do ensino infantil como os adolescentes. Se fora da pandemia, muitas vezes é necessário que a comunidade escolar arrecade dinheiro para materiais básicos para escola, como a Prefeitura vai dar conta agora, onde os riscos são muito maiores e é preciso muito mais material¿

Campanha Escolas Fechadas Salvam Vidas

Para ampliar a mobilização contra o retorno às aulas presenciais, o Sinsej está convocando a categoria a participar de campanha virtual com a publicação de fotos com cartazes e uso das hashtags #EscolasFechadasSalvamVidas e #NaoAoRetornoDasAulasPresenciais.
Além dessa campanha nas redes sociais, a conversa com os familiares e amigos sobre os riscos do retorno para a população, deixando clara a posição da categoria é essencial. A pandemia não acabou. Temos que construir uma luta juntos, disse Flávia Veiga, diretora do Sindicato.

Dia do professor terá debate sobre a volta às aulas em meio à pandemia

Para debater o tema da volta às aulas, o Sinsej vai promover no Dia do Professor, dia 15, às 19 horas, uma reunião virtual com transmissão ao vivo, diretamente na página do Facebook da entidade. A reunião vai contar com a presença de Mario Kato, médico sanitarista e professor da Furb em Blumenau; Fabrício Menegon, o epidemiologista e chefe do Departamento de Saúde Pública da UFSC; Hanelore Bandel Leal, professora da rede municipal de ensino e a presidenta do Sindicato, Jane, que também é professora.

Reforma Administrativa

A reforma administrativa (Proposta de Emenda à Constituição nº 32/2020) enviada pelo governo Bolsonaro que tramita no Congresso Nacional também foi pauta da assembleia, que contou com a participação de Anna Júlia Rodrigues, presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Santa Catarina.

Ao mesmo tempo em que o governo e a mídia mentem, dizendo que essa é uma medida eficiente para se combater privilégios, ela traz prejuízos tanto para os servidores que trabalham na ponta, atendendo à população, e principalmente para quem depende dos serviços públicos. A PEC não envolve os altos cargos do Executivo, Legislativo e Judiciário e vem em conjunto com uma série de ataques a direitos à classe trabalhadora, como a Emenda Constitucional 95 (teto dos gastos), a reforma trabalhista, a Lei da terceirização e a reforma da Previdência.

Anna Julia parabenizou a categoria por vencer a luta contra o aumento na alíquota do Ipreville e conclamou todos a se dedicar a derrubar essa proposta de “reforma”. O Sinsej chama a categoria a fortalecer essa luta. No próximo dia 26, o Sindicato vai realizar uma live sobre o tema. Fique ligado e participe.

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