Nota de repúdio: Ensino on-line não é “vagabundagem” e exige muito de professoras e professores

Em resposta as palavras de ódio e de difamação proferidas contra as professoras e os professores da rede municipal de ensino pelo candidato a vereador de Joinville pelo Patriota Eduardo Cordeiro em suas redes sociais, a direção do Sinsej vem a público repudiar e informar a ele e a toda a comunidade que:

Desde o início da pandemia não há nenhum professor ou professora deste município na “vagabundagem”. Pelo contrário, a nova realidade imposta pela pandemia, que obrigou a categoria a lecionar em sistema on-line, exigiu um grande esforço e capacidade já que não lhes foi disponibilizada qualquer estrutura ou treinamento para isso.

Portanto, ao contrário do que pensa o candidato, baseado na sua falta de conhecimento da realidade do ensino em Joinville, nenhuma criança matriculada na rede pública municipal ficou sem acesso ao aprendizado. Isso graças ao esforço dobrado dos educadores que estão lidando com a falta de preparo para trabalhar com uma nova tecnologia, totalmente adversa à rotina diária imposta pela sala de aula; com a elaboração do planejamento semanal em novos moldes; com a elaboração de materiais diferentes daqueles que foram preparados para fazer; sem condições adequadas de trabalhado. Muitos educadores tiveram uma drástica elevação de seu custo de vida, tendo que investir em equipamentos e internet em casa, sob o risco de não receber salário caso não dêem conta delas.

Ter a responsabilidade de zelar pela vida de toda a comunidade escolar não é “egoísmo pessoal”, mas levar muito a sério uma questão de saúde pública que contamina em média 91 pessoas todos os dias na cidade e que já ceifou a vida de 349 joinvilenses, o que mantém Joinville no topo do ranking no Estado com 23,2 mil casos de coronavírus desde o início da pandemia. Portanto os números mostram que não se trata de uma “mentira”, nem mesmo de uma “palhaçada”.

A luta do Sinsej é para que Joinville não repita o erro que muitas outras cidades cometeram, tendo que recuar após poucos dias de retorno às aulas, mesmo com a adoção de uma série de medidas de proteção sanitária. Na Coreia do Sul, país considerado referência no combate à COVID-19, mais de 200 escolas tiveram de ser fechadas logo após a retomada das aulas devido a surtos da doença na capital Seul. Negar a existência da pandemia não evita o contágio nem as mortes, pelo contrário, aumenta os riscos para todos.

Portanto, diante da irresponsabilidade e das palavras de ódio proferidas pelo candidato Eduardo Cordeiro (Patriota) a direção do Sinsej acionou o seu departamento jurídico para adotar as medidas judiciais cabíveis.

Aos professores, professoras e profissionais da educação da rede pública municipal de Joinville a direção do Sinsej enaltece a garra e a disposição em manter o aprendizado de milhares de alunos apesar da realidade adversa a que todos estamos submetidos! Seguimos firmes em defesa da vida, de nossos direitos e de toda a comunidade escolar. Volta às aulas, só quando houver segurança sanitária.

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