Dengue: é preciso investimento no serviço público para barrar a epidemia

investimento-urgente- serviço público- dengueO aumento da colonização do mosquito Aedes aegypti em Santa Catarina e, consequentemente, na região nos últimos dois anos é uma das principais causas da epidemia de dengue em Joinville, que de janeiro a junho deste ano ultrapassou a marca de 13.460 casos na cidade e três óbitos. Número que já superou também o de casos do ano passado inteiro, de 8.743. Assim, em meio a uma pandemia de covid-19, para qual tem sido direcionado grande parte do serviço público em saúde no município, a epidemia da dengue traz mais preocupação aos joinvilenses que utilizam as unidades básicas de Saúde da família. É para as UBSFs que se dirige a maioria da população contaminada pela dengue.

De acordo com painel da transparência da Prefeitura, os bairros Petrópolis e Itaum somam mais de 2550 casos enquanto o Aventureiro e o Costa e Silva somam quase 1100 focos do mosquito. E, para lidar com toda essa situação, o município ampliou somente em 20 o número de servidores contratados, de um número de 77 no ano passado. Agora, são 84 agentes de combate a endemias, além de médicos veterinários, supervisores, assistente, motorista e técnica química. Os investimentos totais, considerando folha de pagamento, materiais e demais despesas, foram de R$ 1,075 mi de janeiro a abril deste ano, comparados a R$ 3,439 mi em 2020. Apesar de toda a gravidade da epidemia, conforme informações da Secretaria de Comunicação, não há nenhum valor a mais repassado pelos governos federal ou estadual com objetivo de conter o avanço da doença. A falta de investimento em políticas públicas acerca da conscientização e educação das pessoas, do descarte, recolhimento e destino correto do lixo é um dos principais motivos que facilitam a proliferação do mosquito.

Anderson Silva, servidor público há 20 anos, Coordenador da vigilância ambiental de Joinville, explica que está em experimentação um trabalho em parceria com a Fiocruz Manaus, o qual são utilizadas estações disseminadoras (EDS). São armadilhas com água limpa e um pano besuntado com um tipo de veneno que impede a larva de virar mosquito adulto, implantadas em locais estratégicos e acompanhadas  Até o início de junho, eram 639 EDS implantadas em locais como ferro velho, borracharia em quatro bairros da cidade como Boa Vista, Guanabara, Fátima e Petrópolis. O objetivo é implantar 2000 dessas armadilhas até o final do ano.  Ele diz que Joinville nunca teve epidemia de dengue até que o mosquito começou a chegar há dois anos.

Anderson acredita que para melhorar essas ações é preciso investir, tanto na educação como na prevenção. “O serviço público é fantástico”, diz.
É por mais investimento e pelo fim da política de privatizações praticada pelo prefeito empresário Adriano Silva (Novo) que a direção do Sinsej luta. Adriano deve reconhecer a importância do serviço público na garantia da saúde das pessoas e concentrar esforços para isso, ao invés de dificultar o acesso ao direito da aposentadoria e transformar a categoria como inimiga da população. Por isso, a reforma administrativa e a reforma da Previdência devem ser combatidas por todos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

4 + doze =