Filas, sujeira e desperdício de alimentos: o caos da terceirização na merenda escolar
A licitação para terceirizar as cozinhas das escolas municipais em Joinville foi um processo que atropelou o Conselho de Alimentação Escolar (CAE). Nenhuma consulta ou dialogo foi estabelecido com o órgão deliberativo sobre esse tema tão sensível aos alunos.
O prefeito Adriano Silva (NOVO) não mediu as consequências de seu projeto de privatização. A cegueira neoliberal de seu mandato terceirizou a merenda escolar e gerou um CAOS nas escolas, sem prazo para solução. São filas intermináveis de estudantes que só podem repetir uma única vez; se extraviar o cartão de acesso, podem ficar sem comer. Na Escola Professora Elizabeth Von Dreifuss, no Morro do Meio, uma aluna informou a um diretor do Sinsej: “a gente quer repetir e eles não deixam”. Já na Escola Professor João Bernardino da Silveira Junior, no bairro João Costa, uma dirigente do sindicato foi abordada por uma mãe que relatou: “a amiga da minha filha esqueceu o cartão e ficou sem comer”. É perceptível a indignação de alunos, pais e professores.
Essa demora oriunda das filas tem atrapalhado o tempo de aula, porque os professores têm que liberar os alunos mais cedo para o recreio. O prefeito ignora ainda o fato de que muitas crianças das regiões periféricas têm a merenda escolar como a única refeição do dia.
A empresa terceirizada teve três meses para planejar e se organizar, porém, pelo caos instaurado, significa que não está pronta para assumir tamanha responsabilidade. Lembrando que Joinville já foi premiada com o título de melhor merenda do Brasil e isso ocorreu pelo trabalho dedicado das cozinheiras efetivas das escolas, que agora foram dispensadas de suas funções.
Denúncias absurdas de todo tipo têm chego ao Sinsej. Tratam da falta de gás nas cozinhas, falta de insumos para os lanches, sobra de montes de carne estragada e falta de tablets para conferencia dos cartões de acesso.
A empresa não está dando conta de garantir as contratações de cozinheiras devido ao salário pífio que oferece. Para “tapar buracos”, tem remanejado cozinheiras das escolas estaduais, como ocorreu hoje com a Escola Governador Celso Ramos, no Bucarein, para tentar suprir a demanda, mas não tem conseguido.
Também existem relatos de que cozinheiras e nutricionistas da empresa terceirizada estão se demitindo e abandonando o serviço, e as “ex-cozinheiras” sendo obrigadas a reassumir a função que agora é de responsabilidade da terceirizada, sob a ameaça de exoneração. Na Escola Ada Sant’Anna, só tem merenda porque as “ex-cozinheiras” reassumiram a função que não é mais sua para garantir a alimentação das crianças. Em escolas sob o controle da terceirizada, as cozinhas estão à revelia, sem limpeza, conforme os vídeos e fotos em anexo.
Com base nessas informações, o Sinsej está preparando uma denúncia ao Conselho de Alimentação Escolar, ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para que as providencias cabíveis sejam tomadas. Basta de TERCEIRIZAÇÃO!!! Pela volta das COZINHEIRAS!!!