Maquiagem no hospital regional

Relatos de servidores do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt denunciaram a “maquiagem” do hospital em Joinville em função da visita do governador Jorginho Mello na última quinta-feira (18). Para tentar passar uma imagem positiva na inauguração das obras da ala de Emergência, a chefia do hospital dispensou pacientes, além de transferi-los para setores fechados, rejeitando encaminhamentos vindos das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Relatos de servidores da unidade e do Sindsaúde/SC revelam que, dias antes, os corredores estavam superlotados, com pacientes amontoados em macas, cadeiras e poltronas. Contudo, com a aproximação da visita, foi ordenado “esvaziar” os setores do pronto-socorro e acelerar altas e transferências, mesmo sem garantir atendimento adequado. A superlotação, um problema crônico que se arrasta há anos, foi mascarada para a comitiva do governo, que acabou sendo representada pelo secretário da Saúde e deputados, já que o próprio governador não compareceu.

Além disso, trabalhadores das UPAs foram orientados a evitar encaminhar pacientes para o Regional até o fim do dia, reforçando o caráter político e publicitário da operação, que busca esconder a realidade dura enfrentada pela saúde pública no estado.

O Sinsej denuncia e condena essa manobra do governo estadual, que privilegia marketing em detrimento de investimentos para o atendimento à população. Assim como em outras unidades de saúde da região, o hospital regional sofre com superlotação, falta de leitos e longas filas de espera. É necessário que se abram concursos e que se invista em estrutura para atender a esta demanda. Os servidores da saúde e os trabalhadores que dependem deste atendimento merecem respeito por parte dos governos, que estão mais preocupados com as próximas eleições e com as redes sociais do que investir em serviços públicos.