Deputados catarinenses aprovam Lei da Mordaça para a educação e, no mesmo dia, aumentam seus próprios benefícios
Na tentativa de calar todas as vozes destoantes e limitar a liberdade de expressão nas escolas e, por consequência, nos sindicatos e no movimento estudantil, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) aprovou no dia de ontem (10/12) a Lei da Mordaça em SC. A intenção é evidente: tentar barrar a juventude e os professores na luta por uma escola pública, gratuita e para todos e reprimir as denúncias dos absurdos que a “casa do povo” aprova contra o próprio povo.
A escola pública é uma conquista histórica dos trabalhadores que tem o objetivo de dar acesso para os filhos dos oprimidos ao conhecimento que a humanidade acumulou. Ali é o ambiente de livre debate, livre discussão e liberdade de cátedra. A escola pública é o ambiente onde devem coexistir de forma absolutamente igualitária o cristão, o espírita, o judeu, o budista, o muçulmano, o umbandista, o candomblecista, o ateu; todas as etnias e as individualidades de gênero. Censurar livros e proibir expressões culturais como o Halloween é um ataque profundo às liberdades democráticas.
A educação estadual é uma vergonha. Ainda hoje há inúmeras salas de aulas sem ar-condicionado, prédios caindo aos pedaços, infraestrutura sucateada e nenhuma política séria de valorização dos profissionais. Com a educação cada dia mais precarizada, a solução encontrada pelos deputados é proibir o Halloween e transformar a escola em um “reality show”, com monitoramento constante por câmeras em sala de aula, desviando o foco da verdadeira crise.
No mesmo dia em que aprovaram a Lei da Mordaça, os deputados — que já ganham um salário de R$34,7 mil — aprovaram aumentos em benefício próprio. É interessante que as coisas venham juntas, pois aí está o motivo da pressa em calar vozes críticas: é muito mais fácil aumentar privilégios quando os estudantes e trabalhadores da educação estão impedidos de denunciar.
O Sinsej se solidariza com os jovens e trabalhadores da Educação de Santa Catarina e está pronto para somar na luta que deve ser travada imediatamente pelo Sinte/SC, maior sindicato de Santa Catarina.
É hora de barrar a sanção do governador aos projetos aprovados.
Não à Lei da Mordaça em SC!
