Nova paralisação contra a Reforma da Previdência

É momento de intensificar a mobilização I Foto: Aline Seitenfus
É momento de intensificar a mobilização I Foto: Aline Seitenfus

Os servidores de Joinville e Itapoá estão convocados a paralisar seus trabalhos contra a Reforma da Previdência novamente em 28 de março*. Neste dia, a concentração será às 9 horas, na Praça da Bandeira. A decisão foi tomada nas assembleias dessa segunda-feira (20/3), em Itapoá e Joinville. Os servidores de Garuva são convidados a discutir a questão na próxima quarta, às 19 horas, na sede do Sinsej no município. ATENÇÃO, A DATA DA PARALISAÇÃO FOI POSTERIORMENTE ALTERADA PARA 31 DE MARÇO*.

Dia 28 foi a data inicialmente estipulada pelo governo Temer e sua base aliada para a votação da proposta na Câmara dos Deputados, já que a intenção do Palácio do Planalto e do Congresso é aprovar a Reforma em tempo recorde, ainda no primeiro semestre do ano. Diante disso, este dia está sendo utilizado como referência para paralisações, assembleias e início de greves em todo o país.

A disposição de luta da classe trabalhadora brasileira, no entanto, demonstrada principalmente no último dia 15, já está surtindo efeito e os trabalhos na Câmara devem atrasar. “Agora é hora de intensificar e organizar a luta dos trabalhadores do país”, ressalta o presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter.

Servidores de Itapoá aprovaram nova paralisação I Foto: Aline Seitenfus
Servidores de Itapoá aprovaram nova paralisação I Foto: Aline Seitenfus

Avaliação do dia 15

Na noite de ontem, os trabalhadores presentes nas assembleias avaliaram o movimento nacional contra a Reforma no último dia 15. Em todo o país houve massivas manifestações. Destacam-se as informações dos organizadores de 300 mil em São Paulo, 100 mil no Rio de Janeiro e 150 mil em Belo Horizonte. Curitiba e Fortaleza teriam reunido por volta de 50 mil cada, Recife 40 mil. Grandes protestos também ocorreram em Salvador, Porto Alegre, Florianópolis, Brasília, Natal, entre outros locais. Em nossa região, os servidores de Jaraguá, que já estão em greve fizeram uma bonita passeata. Em Joinville, servidores do município e de Itapoá, ao lado de professores da rede estadual e trabalhadores dos correios, realizaram uma grande atividade que reuniu cerca de 3 mil pessoas.

Tal disposição dos trabalhadores manifesta-se por cima das direções da maior parte dos sindicatos e de todas as centrais, que não estão mobilizando realmente nem informando suas bases sobre a profundidade da Reforma da Previdência. “Nacionalmente nossas lideranças estão pecando feio, porque neste momento eles deveriam, por exemplo, estar nos convocando para ir à Brasília em uma grande marcha contra a Reforma, mas a má notícia é que essa chamada não existe”, disse Ulrich. Ele lembrou também que nenhuma mobilização nacional foi organizada contra o projeto que permite a terceirização sem limites nos setores público e privado, que está na pauta de votações desta terça na Câmara dos Deputados. “Uma vez aprovada esta proposta, se o governo quiser terceirizar um professor em sala de aula ou um profissional de saúde num PA, ele vai fazer”.

Organizar a classe

Diante dessa análise, para além da nova paralisação em 28 de março, as assembleias de Joinville e Itapoá realizadas ontem aprovaram proposta da direção do sindicato de elaborar um manifesto dirigido ao conjunto do movimento operário brasileiro, propondo a organização de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora. Ulrich ressaltou a responsabilidade que os servidores municipais de Joinville, Garuva e Itapoá têm nesse sentido, como uma das maiores categorias do Estado. Também foi aprovado o envio de moção solicitando à direção nacional da CUT a convocação da greve geral no país.

Não permitir a intimidação

Assembleias também aprovaram manifesto ao conjunto da classe trabalhadora brasileira I Foto: Francine Hellmann
Assembleias também aprovaram manifesto ao conjunto da classe trabalhadora brasileira I Foto: Francine Hellmann

Trabalhadores presentes na assembleia de ontem em Joinville relataram que estão chegando aos locais de trabalho mensagens de que o dia 15 será descontado sem compensação de horas. O Sinsej esclarece que esta é uma decisão que deve ser tomada diretamente pelo prefeito Udo Döhler e que ele ainda não se manifestou sobre o assunto. Ulrich lembrou que toda vez que a categoria programa um movimento as ameaças aparecem, como forma de intimidar os servidores. “Estamos apenas começando a campanha salarial e o desconto destes dias seria uma maneira muito ruim de o governo começar as negociações”, explicou. “Mas independe disso, é preciso ter em mente que um dia de desconto não significa nada perto dos anos e anos a mais que teremos que trabalhar se a Reforma da Previdência for aprovada”.

Ao longo desta semana, os diretores do Sinsej percorrerão os maiores locais de trabalho mobilizando a categoria para o dia 31. No entanto, a pressa dos acontecimentos exige que cada trabalhador converse e ajude a conscientizar seus colegas.

* Texto editado em 23/3/2017, às 17h18 – Leia Dia da Paralisação mudou para 31 de março

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