Entidades sindicais e movimentos sociais discutem ações para combater privatização do Hospital São José

Na noite da última segunda-feira (13), representantes de entidades sindicais e movimentos sociais se reuniram no auditório do Sinsej para discutir ações contra o processo de privatização do Hospital Municipal São José (HMSJ). Além do Sinsej, estiveram presentes o Sinpronorte, o Sindbarra, o Sintesp, o Sindpetro, o Sindicato da Saúde, o Sinte, o Sintect, o Sindicato dos Metalúrgicos, conselheiras do Conselho Municipal de Saúde, CUT Regional Norte e o Movimento Negro Maria Laura. Também estiveram na reunião representantes do mandato da vereadora Ana Lúcia Martins.

A discussão girou em torno da intenção do prefeito Adriano Silva (NOVO) de implantar uma Organização Social (OS) no hospital. O sindicato teve acesso ao termo de referência para contratação de uma empresa para fazer o estudo de viabilidade para implantação da OS na unidade. Apenas para a contratação dessa empresa, a prefeitura está desembolsando cerca de 800 mil reais, vindos do Fundo Municipal de Saúde. Um valor exorbitante, sendo que o hospital teve alas fechadas por falta de funcionários e tem diversos setores sendo sucateados propositalmente pelo poder público, afim de entregar o local para a iniciativa privada.

Essa entrega, na verdade, já vem sendo feita aos poucos. O hospital tem diversos de seus serviços terceirizados. Vigilância e limpeza, por exemplo, são já são administrados pela iniciativa privada, quanto a Copa e o serviço de hotelaria já passam pelo processo de terceirização. As iniciativas da prefeitura deixam claro que o próximo passo é entregar para uma OS ou fazer uma Parceria Público Privada (PPP).

Para que isso aconteça é preciso passar a imagem de que o serviço público não está funcionando como deveria no hospital. Sucatear para convencer a população de que a terceirização vai resolver os problemas. Estratégia antiga, mas com muitos exemplos negativos país afora, onde a sociedade tem dificuldade fiscalizar a gestão.

Hoje o Hospital São José é referência no tratamento de AVC’s e traumatologia. Atende Joinville e toda a região em tratamentos de alta complexidade, com aparelhos modernos e eficazes. Tudo isso de forma gratuita para a população. Durante o período de pandemia, a unidade foi fundamental para salvar milhares de vidas.

No caso das privatizações, tem-se a falsa impressão de que o contribuinte não vai mais custear o hospital, o que é um erro. O dinheiro continuará saindo do bolso do cidadão, mas agora ele será repassado para uma empresa que visa lucro. A maneira de lucrar é baixando o custo do hospital, ou seja, gastando menos. Materiais de menor qualidade, atendimentos descontinuados, menores investimentos, tudo isso é prática comum em locais onde OS foram implantadas. E ao contrário do que propaga, os problemas não se resolvem.

O que a prefeitura deveria buscar era aumento de investimento no HMSJ. Como atende toda uma região – a mais populosa do estado – o hospital deveria ser abraçado por municípios, estado e até pelo governo federal. Ao contrário do que quer fazer Adriano Silva, que deseja tirar do joinvilense seu hospital referência.

As entidades que participaram da reunião decidiram que vão até Florianópolis solicitar que a Assembleia Legislativa do Estado realize audiências públicas nos municípios atendidos pelo hospital. Também serão feitos grupos de trabalho afim de conscientizar a população sobre os malefícios da privatização.

One thought on “Entidades sindicais e movimentos sociais discutem ações para combater privatização do Hospital São José

  • 19 de junho de 2022 em 15:33
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    O projeto neoliberal do governo Bolsonaro produziu um crise econômica sem precedentes no Brasil através do processo de privatizações sucateando o serviço público,infelizmente!
    Em Joinville,o prefeito bolsonarista segue as regras do neoliberalismo (privatizar o que é público).
    O Hospital São José é um patrimônio público e pertence a comunidade e não deve ser dirigido por organizações sociais que visam somente o lucro e não o bem estar daquele que necessita do hospital!
    Falta verbas para o hospital;o prefeito deve cobrar dos deputados federais,o governador e o presidente que ele apóia mais verbas!!!
    O sindicato e outras entidades devem começar uma campanha de planfetagem nas ruas e através das redes sociais denunciando o que está acontecendo!

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