Udo, cadê o concurso?

Por Tarcísio Tomazoni Junior*

Falar da falta de gestão de Udo Döhler virou rotina em Joinville, um clichê. Um governo bom de propaganda, mas ruim de ações práticas positivas. Quando se trata da relação desse governo com os servidores municipais, achar algo de bom é uma tarefa difícil. Esse governo pratica ataques rotineiramente. Como categoria, de certa forma, é fácil reagirmos quando sentimos o ataque. Quando, por exemplo, nosso contra cheque é imediatamente subtraído. Porém, existem ataques que são violentos e não percebemos. Ou, então, quando nos damos conta é muito tarde e o prejuízo já é inevitável.

Em mais de três anos de governo, Udo e sua secretária de gestão de pessoas Rosane Bonessi só fizeram um concurso público, em 2014. Devido aos trâmites exigidos por lei, somente em janeiro de 2015 os concursados começaram a ser chamados. Como o concurso anterior havia sido homologado em 2012, entre um e outro se passaram quase três anos sem disputa pública. Em virtude de um maior volume de aposentadorias, e da rotatividade natural em nossa categoria, Döhler conseguiu uma façanha inédita. Aumentou o número total de servidores, mas o número de efetivos diminuiu para menos de 10 mil. Isso aconteceu, pois como não havia habilitados em concurso, a prefeitura teve que preencher os cargos vagos com contratação temporária.

Para um olhar desatento pode parecer pouco, mas essa é mais uma prova da despreocupação do prefeito com nosso Ipreville. Como o número de servidores ativos naquele período diminuiu e o número de servidores aposentados aumentou, a falta de concurso causou um déficit previdenciário de mais ou menos 33 milhões de reais, que a prefeitura teve que assumir e parcelar até 2036.

Claro depois veio o concurso, a Prefeitura fez as substituições e a situação se normalizou. O problema é que último concurso foi em 2014. Já nos encontramos em 2016. E o pior: é ano eleitoral. Ou seja, a Prefeitura tem que publicar um concurso público e homologar até abril deste ano, sob pena de o governo, seja ele qual for, ter a possibilidade de convocar novos servidores no começo de 2017. E aí por pura incompetência, tenhamos outro déficit previdenciário. Um dinheiro jogado no lixo, pois bastava apenas a realização de um simples concurso público.

No final do ano passado, sob provocação do representante do sindicato no Conselho Administrativo do Ipreville, o Conselho (isso mesmo, até ele!) alertou o município de que isso poderia acontecer se não fosse realizado o concurso. Ainda dá tempo desse governo mostrar um pouco de ação e não jogar dinheiro público no lixo.

* Tarcísio é diretor do Sinsej e agente administrativo do Hospital São José 

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