Joinville atende tuberculosos clandestinamente
Pacientes infectados por tuberculose em Joinville estão sendo atendidos irregularmente desde o final do ano passado pelo Programa de Controle de Tuberculose. A situação de risco foi detectada pela Vigilância Sanitária, que emitiu em novembro um auto de intimação à Unidade Sanitária de Joinville. Três meses depois, a orientação do órgão continua sendo ignorada, impondo risco de contágio para funcionários e população.
O problema foi identificado logo após a mudança do prédio da Unidade de Saúde da Rua Itajaí para a Rua Abdon Batista, em novembro de 2013. Fiscais da Vigilância Sanitária cobraram em 21 de novembro um alvará sanitário e um projeto de adequação para o ambiente. Além disso, proibiram o atendimento aos doentes, devido a problemas na ventilação e circulação de ar.
Apesar da restrição, os pacientes do programa continuam sendo recebidos, segundo denúncia do Sindicato dos Servidores Públicos dos Municípios de Joinville, Garuva e Itapoá (Sinsej). De acordo com a entidade, a equipe de médicos, enfermeiras e técnicos está sendo obrigada pela Secretaria de Saúde a atender clandestinamente o fluxo de enfermos.
Entre os doentes recebidos, há aqueles denominados “positivos”, que transmitem a tuberculose, e os pacientes “negativos”, que não apresentam risco de contágio. “Os trabalhadores nos procuraram expondo, inclusive, a detecção de novos transmissores, por meio do exame de ‘escarro’”, relatou o vice-presidente do Sinsej, Tarcísio Tomazoni Junior.
Tarcísio revelou que, como o atendimento está proibido, os médicos foram orientados a receitar remédios para 60 dias a pacientes infectados sem vê-los. Nesse prazo, haveria prometido a Prefeitura, o problema apontado pela Vigilância poderia ser resolvido. Haveria casos, inclusive, de recebimento de receitas sem consultas antes do recesso de final de ano.
Nesta quinta-feira, a Secretária de Gestão de Pessoas, Rosane Bonessi, recebeu um ofício do Sinsej alertando sobre a irregularidade. A entidade cobrou o imediato cumprimento do auto de intimação. A gerência da Unidade de Saúde anunciou algumas medidas para amenizar o problema, como o atendimento domiciliar de alguns pacientes. Porém, o sindicato considera a ação paliativa, cobrando o cumprimento da legislação e determinação da Vigilância.