Secretário da Fazenda ameaça aumento de jornada

O secretário da Fazenda de Joinville, Nelson Corona, deu uma infeliz entrevista ao colunista Cláudio Loetz, do Jornal A Notícia, publicada hoje (26/8). Nela, o gestor reclama da falta de recursos da Prefeitura e afirma que o aumento de carga horária para quem hoje cumpre seis horas diárias é assunto corrente nas reuniões entre secretários. O Sinsej estranha a declaração, pois essa ideia não foi cogitada em nenhuma mesa de negociação no decorrer dos três anos deste governo. Pelo contrário, repetidamente o prefeito tem afirmado que é contra o retrocesso.

A redução da jornada de trabalho e a contrariedade à reversão dessa conquista não são lutas apenas dos servidores de Joinville, mas dos trabalhadores do mundo inteiro. Elas são carregadas de história. A quantidade de horas que trabalhamos hoje foi conquistada por greves e mobilizações de mais de um século, em vários países. Diminuir carga horária sem mexer no salário é uma questão de princípio e consta na pauta de qualquer categoria combativa. Os patrões não cedem a esse pedido facilmente, pois ele significa menos lucro, mais empregos, uma hora de trabalho mais valorizada e mais tempo para a vida fora do trabalho. Ou seja, é contra toda a lógica do Capital.

Na Prefeitura, onde não deveria imperar esse raciocínio, a situação não é diferente. O atual prefeito é representante de uma classe na cidade, que não é a dos trabalhadores. Aumentar a jornada de quem já conquistou seis horas diárias para ele também é princípio. É o sonho da burguesia joinvilense. A atual crise financeira mundial, que já impacta o município, é uma ótima oportunidade para aplicar esse desejo. No entanto, não são os trabalhadores que devem pagar essa conta.

Na entrevista, Corona também cita o vale-alimentação, em uma sutil ameaça à regularidade do pagamento, e fala que não está havendo reposição de servidores onde há vagas.

Os trabalhadores da Prefeitura Joinville não aceitarão mais ataques. Não são eles os culpados pelos problemas financeiros do município. Pelo contrário, são responsáveis pela manutenção dos serviços públicos, mesmo sob a precariedade de condições, falta de pessoal, desvalorização do salário ao longo dos anos e sucessivas tentativas de retiradas de direitos.

Esse ano, a categoria deu um voto de confiança ao prefeito, encerrando tranquilamente a Campanha Salarial. No entanto, depois disso, o governo anunciou o congelamento das indenizações de licença-prêmio. No Hospital São José, foi preciso uma greve de 37 dias para que o prefeito deixasse de lado o corte do adicional de insalubridade de aproximadamente 150 servidores e, ainda assim, ele quer descontar do salário metade dos dias parados.

É preciso resistir, conversar com os colegas, participar das atividades do sindicato e estar preparado para novas mobilizações. Os servidores da Fazenda já solicitaram reunião sobre o assunto com o Sinsej para esta quinta-feira (27/8), às 19 horas, no sindicato. Toda a categoria está convidada.

A próxima campanha salarial precisará contar com a participação massiva dos servidores. Será momento não apenas de reivindicar a ampliação de direitos, mas de impedir os cortes que se avizinham.

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