Sinsej apoia ocupações estudantis em SP na defesa pela educação

Por Kályta Morgana de Lima*

Mais de 190 escolas estaduais de São Paulo estão ocupadas por estudantes em protesto à reorganização escolar do governador Geraldo Alckmin, que prevê o fechamento de 94 unidades de educação. As movimentações iniciaram em 9 de novembro, com a ocupação da Escola Estadual Diadema e, no dia seguinte, na Escola Fernão Dias. Assim, milhares de estudantes da rede estadual passaram a organizar assembleias e ocupar seus colégios na capital paulista e nas demais cidades do estado.

A “reorganização” das escolas por ciclos de ensino foi anunciada em 22 de setembro e está sendo empurrada “goela a baixo” pelo governo Geraldo Alckmin, sem dialogar com professores ou estudantes. O objetivo do governo não é a melhoria da educação, mas o corte de gastos. Isso implica na demissão de professores temporários contratados, no aumento da quantidade de alunos por sala de aula e na precarização do ensino público, dando abertura à iniciativa privada na educação. A decisão afetará diretamente 311 mil alunos e 74 mil professores.

Os cortes na educação, a diminuição dos salários dos professores, as demissões e o aumento da repressão estão acontecendo em todo o país e são consequências da crise financeira do capitalismo. Os trabalhadores e a juventude estão sendo forçados a pagar por algo que não criaram.Trazendo para a realidade local, um exemplo claro desses ataques aconteceu no Dia do Professor, em Itapoá, onde a Prefeitura demitiu 17 educadores admitidos em caráter temporário e cancelou o projeto de Ampliação da Jornada Escolar, prejudicando cerca de 800 alunos. Além disso, há uma série de tentativas de cortes de direitos dos servidores da educação e de outros setores em Joinville e em Garuva.

Solidário à situação, o 1º Congresso do Sinsej aprovou uma moção de apoio aos estudantes, professores e pais mobilizados à frente das ocupações e de repúdio ao governo do estado de São Paulo. É importante que a categoria esteja organizada contra os cortes e retiradas de direitos. É preciso também aliar-se à juventude nas lutas por uma educação de qualidade no país, pública, gratuita e para todos.

 Repressão

A polícia militar – que é um aparato do Estado – tem reprimido as ocupações estudantis, coagido estudantes menores de idade, prendido professores e líderes sindicais. Os vídeos divulgados na internet pelos próprios ocupantes mostram a realidade da luta desses jovens. O governo tenta, à força, defender o Estado vigente e salvaguardar os interesses do capital.

Mesmo o governo de São Paulo tendo a reintegração de posse das escolas negada pelos juízes do Tribunal de Justiça (TJ-SP), no dia 25 de novembro os alunos da Escola Estadual Tito Lima, em São Bernardo, foram surpreendidos pela Polícia Militar. Eles afirmaram ter mandado individual para a ação, porém não mostraram nenhum documento. Mais de 50 alunos foram retirados da escola. Outros casos como esse vêm acontecendo, mas os estudantes seguem mobilizados e conscientes, aumentando cada vez mais o número de escolas ocupadas.

*Kályta é assessora de comunicação do Sinsej

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