PEC 241 tira dos serviços públicos e dá aos bancos
A Câmara dos Deputados aprovou, em primeira votação nessa segunda-feira (10/10), a proposta de emenda constitucional (PEC) 241, que congela gastos federais com saúde, educação, assistência social e Previdência, entre outros, pelos próximos 20 anos. A medida também afeta os reajustes do salário mínimo e está sendo chamada de PEC da Morte, devido ao elevado número de pessoas que dependem dos serviços ofertados pelo Estado para ter condições mínimas de sobrevivência.
Atualmente, o valor destinado aos serviços públicos aumenta de acordo com a variação da receita arrecadada. Com a aprovação da PEC 241, os gastos com as despesas primárias (que correspondem aos serviços sociais) não poderão ultrapassar o índice definido pela inflação do ano anterior. Ou seja, mesmo que se arrecade mais, o valor investido nos serviços públicos permanecerá o mesmo.
Caso algum governo não cumpra a emenda, sofrerá ainda mais punições. Entre elas, não será permitido aumento, reajuste ou adequação de remuneração dos servidores públicos. Também não poderá ser realizado concurso público, alterar a estrutura de carreira, de forma que aumente a despesa ou criar cargo, emprego ou função. Traduzindo: além de, durante esses 20 anos, os municípios não poderem fazer qualquer investimento, caso ultrapassem o valor liberado pela PEC sofrerão sanções com mais cortes para os servidores e o serviço público.
Dívida Pública
O país, assim como o mundo, vive uma crise. É o atual sistema falindo. Os governantes, em acordo com grandes empresários e banqueiros – os detentores das riquezas – buscam salvar seus lucros. Para isso criam reformas, projetos, emendas, que ataquem ainda mais a população. A PEC 241 é só uma das diversas medidas que o governo federal quer aprovar de forma urgente.
Essa emenda, junto com a Reforma da Previdência e o Projeto de Lei Complementar 257/2016, busca reduzir gastos com os serviços sociais para manter as arrecadações direcionadas ao pagamento da dívida pública – um fantasma que poucos conhecem ou viram, mas que está hoje em R$ 2,81 trilhões e aumenta anualmente. Em 2015, os juros e amortização da dívida consumiram 42,43% do orçamento geral da União, de acordo com dados da ONG Auditoria Cidadã da Dívida.
Para o Sinsej, é preciso explicar aos trabalhadores que essa dívida não é deles, que ela já foi paga muitas vezes e que seus juros absurdos servem apenas para alimentar o capital financeiro internacional.
Tarda uma grande organização nacional dos trabalhadores para barrar a ofensiva contra os direitos. Os servidores das três cidades representadas pelo Sinsej estão convocados para assembleias que discutirão os ataques nacionais e problemas locais da categoria:
Assembleia de Joinville – 25 de outubro, às 19 horas, no Sinsej.
Assembleia de Garuva – 20 de outubro, às 18 horas, na sede do sindicato na cidade.
Assembleia de Itapoá – 10 de novembro, às 19 horas, em local a confirmar.