Servidores definiram pauta e paralisam dia 15
A assembleia dos servidores de Joinville deflagrou na noite desta segunda-feira, por unanimidade, a paralisação da categoria na quarta-feira (15/3), contra a Reforma da Previdência que tramita com urgência no Congresso e atinge diretamente os servidores.
Os servidores também decidiram a pauta de reivindicações que será apresentada à Prefeitura na Campanha Salarial deste ano. Ela inclui a revisão dos vencimentos pelo INPC acumulado no período entre 1º de maio de 2016 e 30 de abril de 2017; reajuste de 5%, de modo a recuperar parte das perdas salariais históricas da categoria; equiparação do valor do vale-alimentação ao valor pago na CIA. Águas de Joinville (R$ 680,68), entre várias outras pautas de caráter econômico e social. A pauta será entregue ao prefeito Udo Döhler com a solicitação de abertura da mesa de negociação.
LEIA AQUI A PAUTA DE REIVINDICAÇÕES COMPLETA.
Dia 15 de março
A paralisação será de um dia inteiro e inicia com uma importante atividade pública contra a Reforma da Previdência, às 9 horas, na Sociedade Ginástica, com informe de Serge Goulart, jornalista e autor do livro Devolvam a Nossa Previdência.
Nesta data, categorias de todo o país estarão paradas, atendendo ao chamado de suas centrais sindicais. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) chama greve por tempo indeterminado a partir desse dia. No final da manhã do dia 15, os servidores de Joinville decidirão sobre adesão a este movimento. À tarde, movimentos sociais da cidade estão chamando um ato na Praça da Bandeira, às 17 horas, com concentração às 14h.
Na assembleia desta segunda, o presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter, explicou os impactos da Reforma da Previdência na vida de todos os trabalhadores brasileiros e ressaltou a importância da mobilização neste momento. “Temos hoje duas alternativas: ou a gente se levanta e enfrenta ou acabou a aposentadoria”, disse. “Isso não é um exagero, a única forma de impedir é os trabalhadores se colocarem em marcha, como já fizeram tantas vezes na história”.
Ulrich ressaltou que ninguém mais no país poderá se aposentar antes dos 65 anos e que, para isso, será necessário contribuir ininterruptamente por 49 anos, o que torna quase impossível o acesso ao benefício nesta idade. Além disso, se todos esses critérios forem cumpridos, o valor recebido será apenas da média das contribuições. As mulheres são especialmente atacadas, já que elas passam a ter a idade mínima igualada. Os professores perdem a aposentadoria especial e a regra de transição para quem tem mais de 50 anos também retira direitos. Além disso, a idade mínima de 65 anos aumentará atrelada ao aumento da expectativa de vida. Todas as regras valem para os trabalhadores do setor público, que deixarão ainda de ter seus benefícios vinculados aos reajustes concedidos aos servidores ativos. “A Reforma da Previdência é o fim da aposentadoria, independente do regime de previdência em que estamos integrados”, explicou o presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter.
Todos os movimentos sociais, entidades sindicais e do movimento estudantil da região, bem como toda a comunidade, estão convidados a somarem-se à luta.
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