Encerradas campanhas salariais, a luta não para

Encerramos as Campanhas Salariais da nossa categoria, em meio a um cenário conturbado no país. Numa situação em que a lógica parece ser a retirada de direitos, o arrocho salarial e a precarização das condições de vida e de trabalho, juntos evitamos a retirada de qualquer direito e o acúmulo de perda salarial. Importante lembrar que iniciamos 2017 com um projeto no Congresso que acaba com nossa aposentadoria. A intenção do governo era aprová-lo ainda nos primeiros meses do ano. Não contava, porém, com a resistência dos trabalhadores. Várias manifestações, passeatas, paralisações e greves Brasil afora foram atrasando a Reforma da Previdência. A pressão popular abriu os flancos para que os crimes do atual governo viessem à tona.

Outros ataques, no entanto, avançaram. Depois de aprovar o congelamento dos gastos no serviço público pelos próximos 20 anos, o governo conseguiu abrir as portas para a terceirização irrestrita, além de aprovar na Câmara dos Deputados a Reforma Trabalhista. São duros golpes nos trabalhadores brasileiros, que já começam a ser sentidos em todos os cantos do país. Diversos governadores e prefeitos vêm antecipando a retirada de direitos dos servidores, principalmente na área previdenciária. No Paraná, Beto Richa assalta a previdência dos professores, utilizando o voto da quadrilha de deputados que o defende e uma repressão policial poucas vezes vista na história. O mesmo ocorre no RJ, RS e em SC – onde o governador Raimundo Colombo modifica regras previdenciárias e aumenta para 14% a contribuição dos servidores. Municipários têm sentido os mesmos efeitos. Greca, em Curitiba, tenta saquear a previdência dos servidores municipais e retirar direitos, seguindo o exemplo do governador. Em Jaraguá do Sul, Itajaí, Criciúma e Florianópolis há tentativas de eliminar direitos, só não atingindo êxito completo pela resistência dos trabalhadores.

Nesse cenário ocorreram nossas campanhas salariais. Frente às ameaças de ataques, pudemos frear as intenções dos governantes, reajustar nossos salários e manter os direitos e benefícios. Além disso, saímos ilesos de todas as lutas, o que preserva nosso exército para os embates futuros.

Mas a luta não para. Temos que derrotar a destruição da Previdência e a Reforma Trabalhista. Precisamos anular a terceirização e o congelamento dos investimentos no serviço público. Para isso, é preciso uma ampla unidade de todos os trabalhadores e da juventude. No próximo dia 30, os servidores participam de um novo dia de greve geral convocado pelas centrais contra as reformas de Temer e todos os projetos que retiram direitos tramitando no Congresso. No entanto, é preciso ir além. Defendemos a realização de uma greve geral por tempo indeterminado e um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora, que dê voz e voto às bases. Que os próprios jovens e trabalhadores decidam como lutar por seus direitos. Chega de somente seguir ordens das direções burocráticas e adaptadas das Centrais sindicais. Tomemos nosso destino em nossas mãos.

Editorial do Jornal do Sinsej de julho.

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