Ministério Público questiona prefeitura sobre problemas na saúde de Joinville

Após a divulgação do relatório feito pela Comissão Especial de Saúde da Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ), o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) instaurou cinco Notícias de Fato para apurar os problemas enfrentados pela saúde na cidade, principalmente pela falta de servidores no atendimento.

Notícias de Fato são demandas enviadas ao Ministério Público, que podem ser submetidas à apreciação de procuradorias e promotorias de justiça. Duas dessas Notícias de Fato estão relacionadas as Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) e questionam a prefeitura sobre a infraestrutura e falta de profissionais nas unidades, além das filas formadas desde a madrugada pela população que tenta garantir atendimento.

Outro questionamento feito pelo MP-SC está ligado as Unidades de Pronto Atendimento (UPA). O relatório da CVJ apontou que a UPA Sul sofre com sobrecarga, atendendo mais que o dobro de pessoas para a qual tem capacidade. Não tem saída sem concurso público.

Os hospitais joinvilenses também não escaparam. O São José também é alvo de apuração do MP, uma vez que a Comissão verificou que há superlotação e falta de leitos de internação na unidade. Já o Hospital Infantil Jesser Amarante Farias, administrado por uma Organização Social (OS), também foi citado. Segundo o relatório, no dia da visita dos vereadores, os pacientes que estavam no pronto socorro tinham que esperar por um tempo muito acima do previsto para serem transferidos para os leitos.

Os questionamentos do Ministério Público vão de encontro ao que a Comissão da CVJ apurou e ao que o Sinsej vem cobrando há meses: Joinville precisa de concurso público. Todos os órgãos que investigaram os problemas da saúde na cidade chegaram a essa conclusão. Joinville teve um crescimento de, aproximadamente, 100 mil habitantes nos últimos 10 anos e o número de servidores só diminuiu. Isso naturalmente gera sobrecarga no atendimento. A cidade precisa equiparar o número de concursados para ter um serviço público que dê conta da demanda gerada pela população. Além disso, os investimentos em estrutura também precisam ser feitos.

No entanto, o prefeito Adriano Silva (NOVO) não está interessado em resolver o problema. A secretária de saúde, Tânia Eberhardt, já admitiu a necessidade do concurso, mas desconversa quando perguntada sobre quando ele será feito. Enquanto isso, a população segue formando filas às 4h da manhã para tentar atendimento nas UBSF’s, segue aguardando horas por leitos no Hospital São José, segue sem o atendimento ideal nas UPA’s e os servidores seguem sofrendo com a sobrecarga de trabalho nas unidades de saúde.

A prefeitura e a OS que administra o hospital infantil têm 15 dias para dar esclarecimentos sobre os questionamentos do MP.

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