Reajuste não tira Vitaserv do vermelho

Na última terça-feira (5/6), servidores que integram o plano de saúde Vitaserv decidiram em assembleia um reajuste de 40% nos valores das mensalidades. Mesmo com este aumento o plano segue com a saúde financeira comprometida. Segundo o cálculo atuarial, um reajuste de 95,23% seria necessário para garantir a liquidez do plano futuramente. O mesmo cálculo aponta que para dar conta das finanças e quitar as dívidas o Vitaserv precisaria de pelo menos 63,23% de reajuste, ainda assim a administração do plano levou à assembleia unicamente a proposta dos 40%.

Desde 2010 o Vitaserv vem apresentando sérias dificuldades. No último período, de abril de 2011 a março de 2012, com um universo de 5.189 usuários, o plano atingiu os gastos de R$ 13,7 milhões, enquanto suas receitas só chegaram R$ 8,7 milhões. No ano passado, no período em que o repasse da Prefeitura esteve atrasado, o déficit já se aproximava de R$ 4 milhões. No entanto, mesmo com a regularização e aumento do valor do repasse, de R$ 300 mil para R$ 460 mil mensais, o plano não conseguiu sair do vermelho.

A situação levou o Vitaserv a fazer um parcelamento de dívida com seus maiores credores, a Unimed e o Hospital Dona Helena. Conforme o administrador do plano Fernando Romais apresentou na assembleia, o repasse da Prefeitura está sendo usado para o pagamento destes parcelamentos, que somados chegam R$ 300 mil mensais e os R$ 160 mil restantes deveriam ser convertidos em um fundo para garantir o pagamento das dívidas até o fim do ano, já que o repasse se encerra em dezembro. No entanto, toda a receita do plano está comprometida e o parcelamento da Unimed se encerra somente em março de 2013, assim a dívida que se aproxima dos R$ 2 milhões já está em negociação para novo parcelamento.

A administração do Vitaserv aposta novamente numa parceria com a Prefeitura para injeção de dinheiro na tentativa de salvar o plano. Assim, uma comissão de servidores buscará um encontro com o prefeito para tentar a extensão do subsídio até março do próximo e a renovação do convênio.

O Sinsej reafirma sua posição de que a saúde dos servidores é uma responsabilidade da administração municipal, mas entende como equivocada a injeção de dinheiro num plano de características privadas, que tem onerado cada vez mais seus usuários sem a perspectiva de recuperação e sem garantias de atendimento. Os mais de R$ 5 milhões anuais repassados ao Vitaserv não salvarão o plano, não recuperam sua debilidade, e ainda assim atendem a menos de 20% da nossa categoria. A Prefeitura deveria fazer esse investimento diretamente na totalidade da categoria, repassando investimento para setores da própria administração municipal que tenham a capacidade de atender os mais de 12 mil trabalhadores do serviço público de forma gratuita. É incoerente que com os problemas do Ambulatório do Servidor a Prefeitura repasse meio milhão de reais mensais à um plano que está nestas condições, por culpa exclusivamente de sua administração.

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