Servidores sofrem com sobrecarga de trabalho por falta de funcionários em Joinville

A falta de concursos públicos e contratações vem causando diversos transtornos aos servidores do município. Com o quadro de funcionários cada vez mais reduzidos no setor público, muitos estão sobrecarregados e acumulando funções em seus locais de trabalho.

O hospital São José, com cerca de 1200 funcionários, é uma das unidades onde os funcionários mais sofrem com a sobrecarga de trabalho. Com o fim do vínculo de profissionais contratados e aposentadoria de alguns servidores, existe uma demanda por força de trabalho que não está sendo reposta pela prefeitura. O poder executivo não tem feito novos contratos e também não lança concursos públicos, fazendo com que os servidores que trabalham no hospital tenham que cobrir funções dos colegas que saíram. Inclusive, a Unidade de Internação Geral (UIG) do hospital foi fechado por falta de funcionários e os que nela trabalhavam foram realocados para outros postos. Fechamento esse, que acontece logo após a visita do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao hospital. Ao todo, serão 25 leitos a menos para a população.

Nos postos de saúde a situação se repete. Na Unidade Básica de Saúde familiar (Ubsf) do bairro Ulysses Guimarães, a população tem reclamado da demora nos atendimentos. Porém, o local conta com poucos funcionários, que são responsáveis por atender uma área com aproximadamente 12500 habitantes. Com os servidores sobrecarregados, o atendimento é mais demorado, gerando insatisfação e irritação na população. Funcionários da unidade chegaram a registrar boletins de ocorrência por conta de ameaças vindas de pessoas irritadas com o atendimento demorado. Além de toda pressão psicológica e estresse causado pela situação, os servidores do município ainda estão com sua integridade física em risco por conta do descaso da prefeitura.

Não é difícil fazer uma ligação lógica que explique o problema. A demanda de trabalho não diminuí, logo, se você reduz o quadro de funcionários, quem permanece tem que acumular funções. Isso gera sobrecarga de trabalho, que diminui a qualidade e a agilidade dos serviços, afetando diretamente a população. A situação toda acaba colocando as pessoas contra os servidores, que na verdade são as vítimas da história. Exigir e pressionar os trabalhadores para que exerçam mais funções do que deveriam não vai trazer melhores resultados. Só vai gerar mais desgaste no servidor.

O Sinsej já vem cobrando há muito tempo a prefeitura para a abertura de concursos públicos, afim de atender as demandas da população em todas as áreas do serviço público. Embora os exemplos dados sejam da área da saúde, o problema atinge também outros setores, como a educação, assistência social, setor de obras, entre outros. Em várias unidades faltam professores. Com o aumento do piso salarial para a categoria na rede estadual de educação, houve uma debandada de profissionais, que com justiça, foram em busca de cargos onde são mais valorizados.

É necessário que a prefeitura de Joinville valorize os professores do município, reajustando o salário base para evitar outras saídas e faça concursos públicos para atrair novos profissionais.

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