Prefeitura abre as portas para a corrupção com iniciativa de O.S. na educação

O Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Joinville (Sinsej) repudia veementemente “Carta ao Servidor” divulgada pelo secretário da educação, Diego Calegari, e a intenção da gestão de terceirizar a educação do município. O texto é um tapa na cara de todos os profissionais que trabalham na rede municipal de ensino e tenta ludibriar a população para implantar um modelo que abre as portas para a corrupção na educação de Joinville.

O modelo de gestão através das Organizações Sociais (OS), que a gestão Adriano Silva (NOVO) chama de diferenciada já foi implantada recentemente em Florianópolis. E para surpresa de ninguém, terminou em inquérito do Ministério Público por diversas irregularidades tanto no processo de escolha da OS quanto no cumprimento do contrato.

Inclusive, o processo na capital foi semelhante ao que está acontecendo em Joinville. A prefeitura construiu duas novas unidades na cidade e deu para uma OS administrar. Mais três estavam em construção para serem geridas pela mesma empresa, a Associação São Bento, que já tinha seu nome ligado a diversos escândalos de corrupção e mesmo assim foi escolhida pela prefeitura de Florianópolis. Após denúncias do sindicato local, o Ministério Público instaurou inquérito para investigar a Organização Social. Por fim, o contrato acabou rompido pela prefeitura após uma auditoria do próprio município comprovar as denúncias do sindicato.

Via de regra, Organizações Sociais são um terreno fértil para a corrupção. É isso que conclui um estudo feito em conjunto pelo Conselho Municipal do Ministério Público e a Polícia Federal em 2019. No ano passado, o prefeito Adriano Silva (NOVO) chegou a credenciar 11 OS’s para concorrer a gestão da UPA Sul e todas eram alvo de ações judiciais, seja por questões trabalhistas ou por irregularidades na administração de outras unidades.

Se a cidade de Joinville tem uma educação de qualidade, isso se deve ao servidor público. Em várias escolas e CEI’s faltam professores, auxiliares ou outros membros do corpo docente e quem trabalha nas unidades faz das tripas coração para dar conta de todo o serviço e bem atender os estudantes. Em troca, recebem do secretário uma carta dizendo que vai terceirizar a administração dos CEI’s, como se fosse uma boa notícia. Como se isso não comprometesse a aposentadoria dos servidores ligados ao Ipreville. Como se não fosse um balde de água fria nos contratados que estão esperando um concurso para conquistar a estabilidade. Diego Calegari parece não entender quais as dificuldades da pasta pela qual é responsável e não conhece a realidade dos trabalhadores da educação. Para quem trabalha na área, OS significa precarização e desvalorização.

O Sinsej não medirá forças para lutar contra a implantação das Organizações Sociais no serviço público de Joinville. Se Adriano Silva (NOVO) e Diego Calegari acham que vão esconder sua incompetência atrás de um programa com nome bonito, estão enganados.

Convocamos todos os servidores públicos de Joinville para comparecerem a Assembleia Geral da Campanha Salarial, a ser realizada na próxima quarta-feira (28), às 19 horas, na sede do sindicato. A luta contra as OS’s, o concurso e a valorização dos servidores estará em pauta. Sua presença é fundamental nessa luta.

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